Por que as coisas são tão caras no Brasil?

Originalmente publicado em Seguinte: em 14 de Dezembro de 2017

Qualquer pessoa que conhece outros países já deve ter notado que algumas coisas são muito mais caras no Brasil do que no exterior, especialmente eletrônicos, roupa, carros, gasolina, etc. Por outro lado, outras coisas costumam ser bem mais baratas por aqui – comida e aluguéis, especialmente. Brasileiros que vivem ou visitam os EUA não cansam de postar vídeos nas redes sociais estupefatos com o preço da gasolina. Um litro de gasolina lá sai, mais ou menos, por R$ 1,72, contra os mais de R$ 4,00 por aqui. Dizem, também, que é possível comprar um bom carro usado por 2 mil dólares, pouco mais de 6 mil reais. Celulares, notebooks, televisores costumam sair por cerca da metade do preço que encontramos aqui. Você já perguntou porque isso ocorre?

A explicação comum é a do imposto. A carga tributária dos EUA é de cerca de 27% da riqueza produzida, enquanto a nossa é de cerca de 34%. Ocorre que outros países desenvolvidos possuem cargas tributárias bem mais altas do que a brasileira, especialmente na Europa (chegando a cerca de 50% da riqueza em alguns casos, como na Dinamarca), e os preços desses itens são semelhantes aos americanos. Não parece ser o tamanho da carga tributária exatamente o problema, mas como ela é cobrada. Enquanto nos EUA e nos demais países ricos, os impostos costumam se concentrar sobre a renda, herança, propriedade, etc., aqui nos focamos em taxar diretamente o consumo. É só pensar na quantidade de impostos embutidos que qualquer produto por aqui possui (ICMS, PIS, IPI, etc.), que, normalmente, chegam a metade do valor do produto, enquanto vários países utilizam apenas um imposto sobre mercadorias, o IVA (imposto sobre valor agregado), que, normalmente, não passa de 20% do valor do produto, além de facilitar a burocracia. Por outro lado, o imposto de renda aqui é bem camarada. Um bilionário paga os mesmos 27% que um trabalhador qualificado, que ganha mais de R$ 5 mil, paga. Em alguns países, o imposto de renda dos ricos chega a cerca de 50%. Enquanto aqui o imposto sobre heranças é de cerca de 2%, nos EUA, passa de 40% às vezes.

O imposto ajuda, mas existem outros dois fatores muito importantes. Desde 1930, com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, o Brasil iniciou uma política de tentar produzir aqui mesmo tudo que o país precisasse – o que fez com que o país se industrializasse. Ocorre que, muitas vezes, seria mais barato comprar o produto lá fora do que produzi-lo aqui – afinal, os gringos costumam ter mais experiência, tecnologia, mão-de-obra mais qualificada, etc. Assim, para evitar que as coisas do exterior suplantem os produtos nacionais, o governo brasileiro coloca tarifas altíssimas sobre importações. Se você encomendar alguma coisa do exterior pela internet, é provável que você pague mais de 100% de impostos sobre o valor do produto, o que torna os nossos produtos nacionais – em princípio mais caros – competitivos aqui dentro. Quando Collor iniciou a abertura econômica – mantida, em linhas gerais, até a crise de 2009 – ele dizia que o carro produzido no Brasil era uma carroça, caro e ruim. Não deixava de ser verdade. Economistas mais liberais, críticos a essa política de substituição de importações, falam nas “vantagens comparativas”. Segundo eles, cada país tem se especializado em produzir bem e barato algumas coisas, nas quais ele deveria se focar, comprando do exterior aquilo que não produzisse bem. Assim, a França se especializou em vinhos, o Japão em tecnologia de ponta, a Suíça em relógios e equipamentos de precisão, o Uruguai em laticínios e o Brasil em café, soja, mas, também, em aeronaves (as da Embraer estão entre as mais vendidas do mundo). Tentar se fechar ao mundo e produzir tudo aqui dentro seria, assim, a receita para a pobreza.

Bem, também existe o fato de que as margens de lucro no Brasil são muito elevadas. No caso da indústria automotiva, três vezes mais elevadas do que nos EUA. Em Paris, uma das cidades mais caras do mundo, um Big Mac sai mais barato do que nos shoppings brasileiros. Os empresários brasileiros costumam colocar os preços lá em cima, dentre outros motivos, porque o brasileiro aceita pagar mais caro. É a teoria psicológica do preço, também conhecida por “teoria da utilidade marginal”. Você já deve ter reparado que uma pizza doce custa a mesma coisa que uma pizza salgada, embora chocolate e morango sejam muito mais baratos do que camarão ou picanha. Por que o dono da pizzaria não cobra mais barato pela pizza doce, se ela é muito mais barata de produzir? Ora, por que ele faria isso se o consumidor aceita pagar tanto pela pizza doce? Esperto é ele, burro é o consumidor. É assim que funciona o mercado. Os preços costumam partir de um ponto que é o mais alto que o consumidor esteja disposto a pagar.

Mas não dá para só reclamar da tentativa brasileira de se industrializar. O incentivo à indústria, especialmente entre os anos 1930 e 1980, fez com que o Brasil tivesse uma economia extremamente diversificada e complexa, com cadeias produtivas semelhantes às de países de primeiro mundo. O Brasil ter uma economia tão complexa e diversificada faz com que o país se saia relativamente bem das crises pelas quais passa. É só olhar para vizinhos nossos, que dependem de poucos produtos. Quando o preço da carne ou do trigo despenca, a Argentina entra em colapso, o que também ocorre com a Venezuela, quando o petróleo passa a valer menos. Mesmo com a crise terrível da qual ainda estamos saindo, os setores que mais sofreram foram aqueles que dependiam mais dos incentivos do governo (indústria de petróleo, indústria automotiva, construção civil, etc.), enquanto setores como o agronegócio ou serviços não sofreram tanto. Essa é a vantagem de ter uma economia diversificada. Se um setor está mal, outro estará bem. Aliás, para uma cidade como Gravataí, que vive em torno da indústria metalomecânica e automotiva, a proteção à indústria nacional fez muito bem.

O Estado de Bem-Estar Social leva ao Desenvolvimento: por que os liberais austríacos estão errados?

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Existe um desses mantras da Internet, do qual ninguém sabe direito a origem, mas que é repetido como uma verdade autoevidente por quem descobre o liberalismo econômico rastaquera da escola austríaca: que os países ricos, que hoje mantêm estruturas de educação, saúde e seguridade social para a sua população, só passaram a fazê-lo depois que enriqueceram. Logo, um país como o Brasil primeiro teria, nessa visão, que enriquecer para, então, implantar esses serviços. Sim, emularam o Delfim Neto com a história do bolo.

Basta observar alguns dados históricos sobre a implantação dos sistemas de Welfare em alguns países que, hoje, são desenvolvidos para ter uma noção do quanto essa perspectiva não se sustenta.

1) Em 1883, a Alemanha bismarquiana criou o primeiro sistema de saúde pública e seguridade contra velhice e acidentes de trabalho para seus trabalhadores. Nesse momento, sua renda per capita, em valores atuais, era de apenas $ 3.290 anuais. É uma renda parecida à renda que um cambojano tem hoje em dia.

2) Em 1913, a Suécia adotou um sistema semelhante, a origem do lendário welfare nórdico, que “protege o cidadão da adversidade do berço ao túmulo”. Sua renda per capita, naquele ano, foi de meros $ 4.840. Hoje, é uma renda anual típica de um nicaraguense.

3) O famoso NHS, o serviço nacional de saúde pública do Reino Unido, foi criado em 1948. Teve tanto sucesso que se tornou um modelo para todo o mundo. Mesmo o pioneiro Reino Unido, o primeiro país a se industrializar, tinha uma renda per capita de $ 10.600 anuais. Ainda em valores corrigidos para os dias de hoje, seria uma renda equivalente à atual renda da Indonésia.

Sabem qual foi a renda per capita do Brasil em 2015 (último dado disponível)? Mais ou menos 15.400 dólares anuais. Ou seja, já somos bem mais ricos do que a Alemanha do final do século XIX, do que a Suécia do começo do século XX ou do que o Reino Unido da metade do século passado.

Por que essa perspectiva está errada? Amartya Sen, um economista liberal (da escola liberal de verdade, não dessa besteira de escola austríaca), mostra que serviços sociais, como a saúde e a educação, são serviços do tipo “trabalho intensivos“, ou seja, o maior gasto sempre será em capital humano, ou seja, salários dos professores, dos enfermeiros, etc. Esses salários seguem, ou deveriam seguir, os custos do trabalho da economia geral. Se a economia é pobre, esses salários também tendem a ser baixos, o que permite que mesmo países pobres consigam mantê-los.

Um caso exemplar disso é do estado indiano de Kerala, que está longe de ser um dos mais ricos daquele país, que ainda é, em si, bastante pobre. Desde os anos 1970, o governo local passou a investir pesado em saúde e educação. O resultado é que, hoje, apesar de o estado indiano ter uma renda per capita mais ou menos 2 vezes menor do que a de países bem mais ricos como o Brasil (se bem que superior à média do seu país), tem uma expectativa de vida de 77 anos (3 anos a mais do que a do Brasil e 8 anos a mais do que a média indiana) e uma taxa de alfabetização de 94% (3 pontos percentuais maior do que a do Brasil e 20 pontos percentuais acima da média da Índia).

 

 

Originalmente públicado em 29/05/2017 em:

http://www.revistalinguadetrapo.com.br/o-estado-de-bem-estar-leva-ao-desenvolvimento-por-que-os-liberais-austriacos-estao-errados/

 

A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo: uma aproximação a partir da economia histórica

O sociólogo alemão Max Weber é reconhecido, dentre outros motivos, pela sua tese sobre as origens do capitalismo. De forma bastante simplificada, ele procurava se contrapor ao materialismo marxista – que acreditava que as estruturas simbólicas de uma sociedade (religião, leis, costumes, etc.) eram determinadas, em última instância, pelo tipo de sistema econômico reinante. Assim, o catolicismo medieval, na visão marxista, era um reflexo das relações econômicas feudais na Europa daquele período. Essa ideologia religiosa (parte da “superestrutura” no linguajar marxista), que coibia o enriquecimento e a cobrança de juros, já não era adequada à estrutura econômica capitalista que começou a tomar fôlego na Europa do século XV em diante . Assim, do ponto de vista marxista, o protestantismo surge como uma resposta da “superestrutura” às novas relações na estrutura econômica. Weber inverte essa tese. Para ele, as ideias possuíam uma autonomia relativa do mundo material da produção e podem, inclusive, determinar este. Para Weber, o verdadeiro capitalismo é fruto da reforma protestante, e não o contrário. Ao valorizar uma ética do trabalho, da frugalidade e do esforço individual, o protestantismo (em suas formas calvinistas principalmente) teria levado ao desenvolvimento econômico dos países norte-europeus (e dos Estados Unidos) que o adotaram.

Personen / Gelehrte / Deutschland / Weber, Max / Szenen

Max Weber, de chapéu em primeiro plano, 1917.

Enquanto navegava no Facebook, porém, acabei me deparando com uma postagem  do ex-astrólogo, católico tradicionalista e filósofo midiático brasileiro, Olavo de Carvalho, que contrapunha a tese weberiana:

Quando ouvirem algum idiota dizer que a Reforma Protestante criou a prosperidade moderna, saibam que estão falando com um analfabeto repetidor de propaganda. A prosperidade das nações protestantes, com a notável exceção da Holanda, só começou na segunda metade do século XIX e veio junto com a onda de ateísmo e cientificismo, não de protestantismo.

Olavo de Carvalho, 2017.

Bem, após alguma discussão sobre o assunto em minha linha do tempo, me dei conta de que nenhum dos debatedores buscava verificar empiricamente o que estavam dizendo. Um dos seguidores do filósofo argumentou sobre a autonomia do pensamento filosófico em relação às demais “disciplinas”, como a Sociologia e a Economia. Ocorre, porém, que Carvalho fez uma afirmação empírica, e afirmações empíricas devem ser avaliadas empiricamente.

Uma forma de avaliar empiricamente as teses de Weber e de Carvalho é através da economia histórica. Apesar de os dados econômicos anteriores ao século XX ainda serem frágeis, sua qualidade vem melhorando, e os dados relativos ao século XIX são relativamente confiáveis, ao menos para a Europa. Assim, busquei as bases de dados da plataforma Gapminder, uma das mais acessíveis plataformas de dados históricos. Nesta plataforma, é possível encontrar dados sobre renda per capita (ajustada pela inflação e pelo poder de compra) desde 1800 para vários países. Assim, utilizei este dado como um proxy  do desenvolvimento capitalista dos países selecionados.

Assim, selecionei os grandes e médios países da Europa Ocidental, e dividi-os em países predominantemente católicos e protestantes. Excluí Alemanha e Suíça, pois ambos os países contam com importantes populações católicas e protestantes e incluí os Estados Unidos, que é um país bastante importante na análise empírica weberiana. Feito isso, compilei os dados de renda per capita em 3 momentos, 1800 (portanto, imediatamente antes do verdadeiro início da Revolução Industrial), 1850 (quando esta Revolução estava em marcha em vários países da Europa e início do período citado por Carvalho) e 1900.

Os resultados com o ranqueamento dos países podem ser encontrado nas três tabelas abaixo:

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Renda per capita (dólares atuais em paridade do poder de compra) – países selecionados, século XIX. Fonte: Gapminder.

Em 1800 (primeira tabela), dos 6 países mais ricos, 4 são protestantes. De fato, o país mais rico era a Holanda, que Carvalho cita como uma exceção), seguido pelo Reino Unido (que já era bastante rico neste momento). A Itália ainda era bastante rica neste período (apesar disso, outros dados históricos mostram que a Itália estava economicamente estagnada desde o século XVI, sendo sua posição relativamente boa em 1800 resquícios de uma época onde sua renda per capita era o dobro da média europeia). O outro país católico entre os mais ricos, a Bélgica, possuía (e possui) uma grande minoria de origem holandesa, muitos deles protestantes. Dentre os países mais pobres, porém, todos são católicos, com exceção dos países nórdicos (que seguiram entre os mais pobres da Europa até o século XX). A pobreza relativas dos países nórdicos (Suécia, Noruega e Finlândia) pode não ter a ver com religião em si, mas com um ambiente natural bastante hostil, em uma região subpolar que só se tornou realmente produtiva a partir dos avanços tecnológicos do século XX. Em um momento em que a maior parte do PIB provinha do setor primário, não é de se estranhar essa renda baixa em uma região como a Escandinávia.

As tabelas seguintes mostram um padrão: o empobrecimento relativo do sul da Europa (Espanha, Itália e Portugal) e da Holanda, e o rápido enriquecimento do Reino Unido e dos Estados Unidos. Não obstante, países predominantemente católicos também cresceram bastante durante o século XIX, principalmente a França, Bélgica e Áustria. De qualquer forma, em todos os períodos, entre os 6 países mais ricos, 4 são protestantes. Entre os mais pobres, todos são católicos, com exceção dos países nórdicos.

Para fins de comparação, a renda per capita do Brasil, atualmente, é de cerca de 15 mil dólares em paridade do poder de compra. Em 1800, esse valor era de cerca de 1100 dólares, 1200 em 1850 e 1500 dólares na virada do século XX. Enquanto no começo do século XIX, podíamos nos comparar aos países mais pobres da Europa ocidental, ao final desse século, o Brasil já havia ficado para trás.

Abaixo, procuramos calcular a média de renda per capita para os países protestantes e católicos para o período. Em todos os anos, os países católicos eram relativamente mais pobres do que os protestantes. Apesar disso, tanto países católicos quanto protestantes aumentaram sua riqueza no período. Enquanto os países católicos cresceram, em média, 23% na primeira metade do século XIX, os protestantes cresceram 28%. Na segunda metade do século, o crescimento foi maior para católicos do que para protestantes: 80%, em média, para os países protestantes e 85% para os países católicos.

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Ou seja, a riqueza relativa dos países protestantes é anterior ao século XIX. Os dados parecem corroborar a tese weberiana. Não obstante, no período citado por Carvalho – a segunda metade do século XIX, países protestantes e católicos tiveram crescimento parecido. Se, no começo do século XX, os países protestantes eram mais ricos do que os países católicos, isso se deveu ao desenvolvimento do capitalismo anterior a 1850 nesses países.

Podemos, obviamente, testar algumas hipóteses. E se retirarmos a exceção – reconhecida por Carvalho – da Holanda, como os dados ficam?

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Excluindo Holanda.

De fato, quando excluímos a Holanda, os países protestantes e católicos passam a ter uma renda bastante parecida em 1800, embora a dos protestantes ainda seja quase 5% maior (o que ainda é significativo quando todos os países ainda eram relativamente pobres. Não obstante, a diferença entre países protestantes e católicos, neste caso, já se torna significativa na primeira metade do século XIX, e não na segunda, como postula Olavo.

Por outro lado, além de excluirmos a exceção holandesa, também podemos excluir os casos dos países nórdicos – cujo ambiente natural pouco propício num momento de ausência de tecnologia moderna – pode estar distorcendo os dados.

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Excluindo Holanda e países nórdicos (Suécia, Noruega e Finlândia)

Após eliminarmos os países mencionados do cálculo das médias, as diferenças no desenvolvimento econômico entre países católicos e protestantes passam a ser bastante significativas já no começo do século XIX. Neste momento, países protestantes já eram 36% mais ricos do que os países católicos, o que parece denotar um desenvolvimento capitalista já anterior ao século XIX – entre a Reforma e a Revolução Industrial – o que parece confirmar a tese weberiana e refutar a de Carvalho.

Por fim, retornando aos dados compilados por Maddison (2007), citados acima, podemos ter uma ideia sobre o desenvolvimento econômico por região, anteriormente ao século XIX. Selecionei alguns dos países já mencionados aqui, além de civilizações antigas da Ásia, como Índia e China, bem como o Brasil, para fins de comparação. Os valores são um pouco menores do que os da plataforma Gapminder, pois estão em dólares de 1990.

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O caso da Itália é bastante interessante. Após um empobrecimento após a queda do Império Romano (empobrecimento compartilhado por toda a Europa na alta Idade Média), teve um forte crescimento na baixa Idade Média – provavelmente graças ao comércio das repúblicas marítimas de Gênova e Veneza – ela se manteve estagnada desde o século XVI. Os demais países europeus também tiveram taxas mais modestas de crescimento na baixa Idade Média, enquanto Índia e China, as grandes civilizações do Oriente, se mantiveram praticamente estagnadas desde o período da Idade Média europeia. Após a Reforma (século XVI), notamos um padrão bastante distinto para países protestantes e católicos. Apesar de os países católicos (Portugal, Espanha e França) terem crescido durante a Idade Moderna, os países protestantes selecionados (Holanda, Reino Unido e, posteriormente, os EUA) tiveram taxas de crescimento muito superiores. Assim, quando a Revolução Industrial começa, no século XIX, os países protestantes já são bem mais ricos do que seus congêneres católicos. Esse desenvolvimento diferencial, iniciado com a Reforma, confirma, assim a tese de Max Weber.